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ToggleA gestão de escritório de advocacia é crucial para o sucesso do advogado e de sua empresa. Afinal, o escritório é um empreendimento e, como tal, precisa ser bem gerenciado para ter sucesso.
Contudo, isso pode ser uma grande dificuldade para os profissionais de direito, com dois enormes empecilhos. O primeiro é a falta de conhecimento, visto que a gestão jurídica não é um tema que costuma ser muito abordado nas faculdades. A segunda maior dificuldade é a falta de tempo. Com tanto esforço gasto para as tarefas jurídicas, não é incomum que falte tempo para o advogado se focar no aspecto administrativo.
Se você tem alguns destes dois problemas, ou se está começando na sua carreira como advogado e quer aprender como gerenciar um escritório, continue este guia. Vamos apresentar tudo que você precisa saber para gerenciar um escritório de advocacia.
Faça o planejamento estratégico
Um dos aspectos essenciais para a gestão do escritório de advocacia é o planejamento estratégico, que pode ser feito de diversas formas. Para um novo escritório, o plano engloba os primeiros anos. Já para um escritório estabelecido, o planejamento costuma ser feito para o ano em questão.
Na verdade, não existe fórmula exata para o planejamento estratégico de um escritório de advocacia. O ideal é entender qual é o modelo que funciona melhor para o seu. Afinal, cada um tem suas características únicas, tanto de demandas quanto de necessidades. Por exemplo, a rotina de um escritório com uma equipe é bem diferente de um individual.
Contudo, existem algumas dicas que podem ajudar e vamos apresentá-las a seguir.
Elabore os objetivos a partir do diagnóstico
O primeiro passo do planejamento estratégico é o diagnóstico e a elaboração de objetivos. A ideia é simples e responde duas perguntas: onde estamos e para aonde vamos?
Para responder a primeira pergunta, é preciso fazer o diagnóstico, entendendo o cenário interno e o externo. Por exemplo, quais são os principais serviços que o escritório presta? Como veremos na parte financeira, é preciso reconhecer o que mais traz dinheiro e como atrair os clientes para esta atividade.
Análise SWOT
Mas é claro que isso é feito metodicamente. Ou seja, existem ferramentas que possibilitam fazer este diagnóstico. Por exemplo, a análise SWOT é um modelo que reúne suas forças e fraquezas, além de oportunidades e ameaças que o mercado traz. Outro bom exemplo é o mapa de posicionamento, um recurso que classifica a sua posição no mercado em relação aos concorrentes.
Uma vez que isso fique mais claro, é mais fácil traçar os objetivos. A partir dos exemplos acima, pode ser algo como aproveitar uma oportunidade específica, alcançar uma fatia do mercado maior e diversos outros.
A vantagem da análise SWOT é que ela vai ajudar você a olhar para dentro do seu escritório, algo que nem sempre os gestores conseguem fazer. Afinal, com a correria do dia a dia e o grande volume de colaboradores, nem sempre é possível saber tudo que acontece. Logo, o ideal é não fazer este exercício sozinho. Você pode reunir os sócios e alguns dos advogados mais importantes, além de pedir para que todos os membros do escritório deem sua opinião.
Com a análise SWOT, você pode encontrar o que faz de bem e de não tão bem. Por exemplo, pode ser que descubra “gaps” no relacionamento com o cliente, na gestão da carteira e muito mais. Ou ainda, pode contar com advogados qualificados que contribuirão para estabelecer um ponto forte no seu negócio.
Por outro lado, a análise externa (oportunidades e ameaças) faz com que você observe o mercado. Novos escritórios próximos ,mudanças na legislação, possíveis crises econômicas, o uso da tecnologia na advocacia, são detalhes que devem ser observados com cuidado.
Por fim, você vai cruzar estas informações, de modo que a encontrar possíveis formas de lidar com oportunidades e ameaças.
Como estabelecer objetivos?
Assim como o diagnóstico, também existe uma metodologia para a aplicação de objetivos. Uma das mais interessantes é a OKR, Objetives and Key Results, ou objetivos e resultados-chaves. Este é um conceito desenvolvido e usado pelo Google, que permite definir e acompanhar métricas fundamentais para o negócio. A ideia básica é simples: listar o objetivo e também a métrica que ele será medido.
Por exemplo, digamos que no diagnóstico você perceba que existe uma parte do mercado inexplorada, de empresas que precisam do auxílio de escritórios jurídicos para questões envolvendo a LGPD, que entra em vigor em breve. Neste caso, um OKR pode ser conquistar 10 novos clientes deste perfil em um ano.
Em contrapartida, é essencial limitar o número de objetivos. Na verdade, quando se foca em muita coisa, acaba que nada é feito. O ideal é ter 2 ou 3 objetivos, com 2 ou 3 indicadores cada.
Metodologia SMART
Outra metodologia importante para a criação de objetivos é ser SMART. Este é um acrônimo, em inglês, que significa:
- Specific: específico;
- Measurable: mensurável;
- Achievable: alcançável:
- Relevant: relevante;
- Time Sensitive: tem um prazo de tempo definido.
Não importa a metodologia que você use, é preciso que tenha estas 5 características. Por outro lado, não seguir alguma ou todas elas é uma forma de sabotar o seu objetivo e prejudicar o planejamento.
Se ele não for específico, o objetivo perde o propósito, pois não te dá um norte. “Crescer” não é um objetivo, é um desejo. É preciso saber como crescer.
Caso ele não seja mensurável, você não tem como saber se está no caminho certo. Assim, não pode fazer correções que garantam que ele seja alcançado.
Já um objetivo que não é alcançável é um sonho. Se você não escolher bem seu objetivo, pode ser que ele seja impossível de ser cumprido. Assim, não somente você gasta tempo, mas também se frustra no processo.
Por outro lado, ele precisa ser relevante. O que você deseja realmente importa para sua empresa? Também é extremamente frustrante trabalhar em algo que não trará resultados reais.
Por fim, o objetivo precisa ter uma definição de tempo bem específica. Caso contrário, você pode trabalhar para sempre um objetivo, sem necessariamente alcançá-lo.
Imagine que você tem um objetivo, como conquistar mais clientes. Isso não é um objetivo SMART. Perceba a diferença para “vou conquistar 6 grandes clientes até o final do ano, acompanhando sua evolução através do sistema jurídico”. Esse é um objetivo SMART.
Desenhe o plano tático e foque em gestão do conhecimento
Uma vez que o diagnóstico e os objetivos estejam completos é preciso caminhar para a segunda fase. Ou seja, o plano tático, as ações que cada membro do escritório fará para alcançar os objetivos desenhados. E além da definição das tarefas, o plano tático também envolve a escolha de ferramentas para fazê-lo.
Uma grande dificuldade para escritórios de advocacia é crescer de forma sustentável. Conforme o volume de clientes aumenta, e a carga de trabalho acompanha este crescimento, é preciso que o escritório também cresça, sem perder a qualidade.
Logo, é preciso que haja um aumento na equipe, levando a um enorme desafio para os gestores. Afinal, os novos colaboradores precisam manter a qualidade dos anteriores. Neste sentido, um conceito fundamental é a gestão de conhecimento.
Este é um conceito que já é trabalhado pelo Direito. Por exemplo, a criação de precedentes e a manutenção de bases legislativas e jurisprudenciais. Não somente este tipo de gestão de conhecimento é essencial e precisa ser feita com muito afinco, mas existem os conhecimentos mais inerentes ao escritório.
Neste caso, são as habilidades, experiências, dados e informações que os colaboradores e gestores já possuem e que são repassados para os novos integrantes da equipe, de modo a tornar o negócio mais eficaz.
Por exemplo, se existir um sistema de gestão de conhecimento que torne claro para os colaboradores novos como os processos são feitos no escritório, não existe tempo perdido com dúvidas e muito menos com retrabalho. Este último pode ser um dos maiores assassinos de produtividade de um escritório.
Crie uma estrutura clara para seu escritório e organize tarefas
O ideal é que seu escritório de advocacia tenha uma estrutura muito clara. Isso não significa apenas a divisão dos cargos, mas um mapeamento de como o trabalho é feito. Ou seja, é preciso organizar os processos internos desde cedo. Esta é uma grande dificuldade para os escritórios, que perdem muito tempo em processos. Este é o segredo para a produtividade do escritório e parte da gestão do conhecimento.
Por exemplo, existem prazos que devem ser cumpridos com muita rigidez. Ao somar um grande número de processos, é natural que exista uma enorme demanda, e o fluxo de trabalho se perde se não há organização.
Existem muitas formas de otimizar o fluxo de processos. A mais eficaz é por meio de softwares de gestão, como o GOJUR, mas também é possível fazê-lo adotando conceitos de divisão de tarefas e projetos.
O ideal é registrar todas as informações, para que o andamento de cada tarefa ocorra de forma eficiente. Isso também impacta na gestão do conhecimento. Se a estrutura de cargos e processos for clara, o estagiário ou o advogado júnior não precisa “ser mandado” dar prosseguimento ao processo. Ele já sabe que este é seu trabalho e pode fazer isso assim que a tarefa estiver disponível.
Esta estruturação é uma forma de combater um problema muito comum em escritórios. Ninguém fica “batendo cabeça”, é diminuída a correria e o tempo de todos é gasto de forma mais eficiente.
Além disso, é preciso monitorar esta estrutura e as tarefas de todos os colaradores. Neste sentido, não são apenas as tarefas referentes aos processos jurídicos, mas a tudo o que acontece na empresa.
Para organizar tarefas, o primeiro passo é estabelecer prioridades. Apesar de este conceito parecer vago, também existe uma metodologia para defini-lo, e dominá-la é essencial para qualquer gestor.
Matriz Importante x Urgente
É um método conhecido como matriz importante x urgente. Uma tarefa importante é aquela que agrega muito, tanto a outras tarefas como à empresa. Um exemplo é uma ação da qual outras 4 dependem. Outro é um atendimento envolvendo os clientes prioritários da empresa.
Já uma tarefa urgente tem ligação direta e exclusiva com o tempo. Quanto mais próxima estiver a data limite, mais ela é urgente. Como um escritório jurídico tem a dependência enorme de prazos, este conceito é crucial.
A partir destes dois atributos, as tarefas podem ser classificadas em 4 tipos:
- Não urgente e não importante: acrescentam pouco ou nenhum valor e não têm uma ação imediata. Podem ser deixadas de lado, até se tornarem urgentes ou até haver uma brecha na agenda;
- Urgente e não importante: acrescentam pouco ou nenhum valor, mas precisam ser resolvidas rapidamente. Dependendo da importância, podem ser negligenciadas ou não;
- Não urgente e importante: o tipo de atividade mais perigosa. Acrescentam muito valor, mas como o tempo não é próximo acabam sendo deixadas de lado. O perigo é que elas se transformem no próximo tipo de atividade, acumulando e trazendo o caos para o escritório. Portanto, o ideal é planejar e encaixá-las de modo a fazer o máximo possível com tranquilidade;
- Urgente e importante: é o tipo de atividade que você quer evitar. Geram muito estresse, mas em alguns casos são inevitáveis. Contudo, com o planejamento é possível limitar seu impacto.
Uma forma de melhorar a gestão de tarefas do escritório é fazendo a automação de diversas tarefas de rotina. Existem muitas destas tarefas que acabam consumindo bastante tempo dos advogados. Por isso, um software jurídico como o GOJUR pode ajudar nesta automação, liberando espaço do profissional apenas para atividades com prioridade máxima.
Trabalhe a comunicação do seu escritório
Um grande foco da gestão é a comunicação com os clientes e potenciais clientes. Afinal, esta é a forma como você atrai e mantém o público, o que é essencial.
Uma boa dica para a gestão de escritório de advocacia, se você já tem ou quer abrir um, é focar em uma especialidade. Isso é fundamental para que haja o match entre você e o cliente. Ou seja, não somente ele seja aquilo que você procura, mas que você atenda o cliente que deseja.
Caso contrário, você está abrindo as portas para qualquer tipo de cliente, o que pode parecer bom na superfície, mas na verdade é prejudicial. O cliente que você escolher deve estar alinhado com sua proposta, de modo que ambos saiam satisfeitos.
Além disso, o público já é mais esperto e tende a procurar sempre um especialista na área em que precisam de suporte. É comum que grande parte dos clientes venham de indicações de clientes antigos. Mais um motivo para se especializar e criar uma relação de confiança com seu cliente para que ele seja a sua propaganda. A indicação é uma resposta de que seu trabalho está sendo bem executado.
O marketing jurídico
Outro foco da gestão de um escritório de advocacia ligado à comunicação é a necessidade de fazer marketing jurídico. É preciso tomar um certo cuidado, pois o Código de Ética e Disciplina da OAB impõe algumas limitações e diretrizes de publicidade para escritórios. Contudo, não existe uma proibição, apenas limitações. Entender esta diferença é primordial para a gestão jurídica.
O marketing jurídico tem como função principal mostrar para os clientes que seu escritório existe, além de atraí-lo para contratar seus serviços. E quando feito com cuidado, pode gerar bons resultados.
Apenas para relembrar, vamos ver o que não pode ser feito:
- Anúncios em rádio e televisão;
- Divulgar preços;
- Promover serviços em eventos;
- Usar expressões comuns à atividade comercial, como ligue agora;
- Oferecer consultas grátis;
- Usar fotos de tribunais.
Contudo ainda há bastante espaço para divulgar o seu escritório. O marketing de conteúdo é uma estratégia que se encaixa perfeitamente no ambiente jurídico. A ideia é criar conteúdo relevante e útil para os visitantes, ajudando a responder algumas de suas dúvidas mais comuns.
Sendo assim, você não está fazendo propaganda direta, pois está respondendo sua dúvida e o ajudando. Por outro lado, está aumentando a confiança dele em seu escritório. Logo, quando ele precisar, pode entrar em contato com você.
Outra dica é participar de eventos e de canais jurídicos como o Jusbrasil. A ideia destes canais é a mesma, usar este ambiente para promover o seu escritório por meio de artigos ou de palestras. É uma espécie de vitrine, sempre com o objetivo de chamar a atenção do usuário respondendo uma de suas dúvidas ou mostrar para o mercado que seu escritório é autoridade no assunto.
Enfim, o marketing jurídico é um aspecto bem importante da gestão do escritório. Afinal, você precisa mostrar para potenciais clientes que você existe.
Reserve um esforço maior para o relacionamento com o cliente
Ao gerenciar um escritório é preciso sempre ter o cliente em primeiro lugar. Separe o máximo possível de tempo e esforço para entender seu problema e resolvê-lo segundo suas expectativas. Uma boa dica é destacar um profissional apenas para este objetivo.
Ter um profissional focado em sucesso do cliente garante que, desde o primeiro contato até o fim, suas expectativas sejam atendidas. Os advogados não precisam perder tempo atendendo questões mais simples, mas sim trabalhando diretamente na resolução do caso.
Lembre-se sempre, o primeiro ponto ao fazer a gestão do escritório de advocacia é focar no cliente. Seu maior tempo e maior esforço deve ser para ele. Procure deixá-lo a par de tudo que acontece no processo dele, seja através de relatórios recorrentes ou comunicando as próximas ações a ser tomadas em seu caso. Como veremos mais à frente, existem alternativas para otimizar todas as outras tarefas.
Por outro lado, uma péssima gestão de clientes pode levar à diminuição da qualidade e a taxa de abandono que leva ao encolhimento da carteira. Certamente, nenhum escritório quer isso.
O aspecto financeiro da gestão de escritório de advocacia
Outro aspecto que dá bastante dor de cabeça para os gestores de escritório de advocacia é o financeiro. Apesar de ser incômodo, ele é essencial e sua falta de controle é a maior ruína de diversas empresas. Afinal, toda empresa precisa de dinheiro para sobreviver. Além disso, existem muitos conceitos que o advogado precisa conhecer para gerenciar as finanças do seu escritório.
Como o mercado jurídico é extremamente competitivo, as empresas que mais se organizam e se estruturam mais têm ótimos resultados. Ou seja, quem controla melhor suas finanças tem mais dinheiro para investir em marketing, no atendimento do cliente ou na contratação dos melhores profissionais. Logo, se torna um escritório melhor.
Com isso em mente, a gestão financeira não tem apenas o objetivo de controlar o dinheiro, mas também de promover conhecimento e oportunidade para o escritório crescer. Por exemplo, digamos que, ao analisar os dados financeiros do escritório, o gestor perceba que certa área de atuação não tem sua manutenção garantida pelos honorários cobrados. O que fazer com esta informação?
Basicamente, existem diversas opções, como aumentar os honorários e aumentar o volume de clientes. Também é possível não fazer nada, pois a baixa lucratividade do setor é uma forma de atrair clientes que contratam outros serviços com maior lucratividade. Este é o tipo de informação que a organização financeira ajuda a descobrir, e algo que o gestor precisa se atentar.
Então, vamos ver alguns passos cruciais para fazer a gestão financeira em escritórios de advocacia.
Jamais misture finanças pessoais e do escritório
A primeira dica é mais comum para escritórios menores ou advogados que estão começando. O ideal é deixar totalmente separadas as informações financeiras do escritório e as finanças pessoais. Em muitos casos, o escritório é gerenciado por uma estrutura familiar, o que significa que as finanças também têm esta característica.
O problema é que isso é um grande erro e potencialmente perigoso. É possível que surjam problemas como a falta de visão do lucro, os resultados dos investimentos e outros. O ideal é sempre deixar o pró-labore para os sócios claro e manter as contas totalmente separadas.
Como veremos ao longo deste guia, o aspecto financeiro do escritório existe para trazer informações precisas sobre o comportamento do mesmo. Caso haja a mistura com as finanças pessoais, pode existir uma interferência que atrapalhe este diagnóstico. Portanto, evite a qualquer custo.
Faça o controle do fluxo de caixa
Com a separação das contas, fica mais fácil aplicar os conceitos da gestão do escritório de advocacia. O primeiro é o fluxo de caixa. Este é o registro de todas as entradas e saídas de dinheiro, inclusive no futuro. Isso é feito por meio do recolhimento de dados e de projeções sobre ganhos. Quanto mais detalhista você puder ser neste sentido melhor. O ideal é ter projeções semanais, mensais e anuais e ir atualizando a cada semana.
Contudo, para fazer o fluxo de caixa de forma bem feita é preciso ter o controle completo de todas as informações do seu escritório. Ou seja, identificar as receitas e despesas. Por exemplo, questões mais óbvias como o aluguel e a remuneração dos colaboradores são importantes. Por outro lado, gastos com papel, café e outras despesas que parecem pequenas também são relevantes e, muitas vezes, negligenciados.
Não ter este controle financeiro pode ser muito prejudicial, levando às dívidas. O objetivo é garantir que você conheça todos os gastos e recebimentos, agora e no futuro. A partir disso, é possível fazer uma conta simples: se os gastos forem menores do que os ganhos, está tudo caminhando bem. Caso contrário, é preciso investigar.
É claro que esta é a informação financeira mais básica, mas existem muitas formas de como a organização financeira pode ajudar. Por exemplo, imagine que o gestor percebe que o lançamento de honorários futuros não cobre as despesas. Neste caso, existem diversas opções, como fazer cortes estratégicos ou investir mais na prospecção de novos clientes.
Antecipação de Recebíveis
Também existe a opção de antecipar recebíveis. Esta é uma função valiosa do fluxo de caixa. Caso as entradas estejam negativas no momento, é possível solicitar o pagamento antecipado dos clientes de maior confiança, ou pedir para descontar cheques pré-datados.
Além disso, é preciso se atentar à forma como estas informações são recolhidas. Você pode imaginar, com razão, que fazer o controle de todas estas informações é bem trabalhoso. Contudo, os softwares jurídicos ajudam imensamente neste aspecto, trazendo mais velocidade e praticidade no recolhimento de informações, além de minimizar a possibilidade de erro.
Cuide do capital de giro
Outra informação crucial para a gestão financeira dos escritórios de advocacia é o capital de giro. Este é um recurso financeiro que o escritório separa, de modo a poder sobreviver caso tenha algum problema e não gere receita. Portanto, é um dos aspectos principais para qualquer empresa.
Em relação ao capital de giro, é imprescindível que o mesmo cresça com o seu escritório. Ou seja, quanto maior ele é, mais dinheiro é preciso para mantê-lo.
Outra vantagem do capital de giro é que ele permite uma certa flexibilidade na negociação de contas. Por exemplo, se o cliente não tem a possibilidade de pagar agora, o capital de giro pode segurar o escritório por algum tempo, sem que você perca aquele cliente.
Portanto, é preciso sempre ficar de olho no capital de giro. Não existe um valor fixo e claro para o capital de giro, mas o mesmo deve ser o suficiente para pagar seis meses de despesas.
A gestão de investimentos
Outro ponto a se observar em escritórios de advocacia é a gestão de investimentos. Em certo momento, será necessário converter alguns dos ganhos do escritório em oportunidades. Sejam aplicações financeiras ou mesmo uma expansão do escritório. O segundo ponto tende a ser mais complexo, pois significa a contratação de novos colaboradores, o aumento do espaço e a compra de equipamentos.
Enquanto isso certamente é uma ótima notícia, também é natural ter uma certa insegurança. Qualquer investimento pode trazer grandes retornos, mas também envolvem uma boa dose de risco.
Por isso, é importante focar no planejamento estratégico, como vimos acima, e financeiro. O planejamento precisa se encaixar muito bem no fluxo de caixa, para que você possa mantê-lo saudável, sem afetar o capital de giro, até que os novos investimentos se reflitam em lucro.
Se prepare para possíveis crises
Outro ponto da gestão jurídica que tem uma ligação próxima à financeira é se preparar para lidar com eventuais crises. Afinal, o Brasil é um país propenso às crises, por conta da instabilidade econômica e política. Além disso, como vimos em relação ao coronavírus, crises podem surgir a qualquer momento.
Contudo, dependendo da crise, pode ser que a mesma beneficie o escritório, por conta de um crescimento das demandas. Neste caso, é preciso estar pronto no sentido oposto e se colocar na melhor posição possível.
Além disso, crises podem surgir de diversas formas. Existem as crises internas, que surgem por conta de uma má administração. Também existem as crises que podem surgir por conta da profissão, como mudanças no mercado jurídico e na advocacia.
Como vimos no planejamento, o escritório precisa estar sempre atento às mudanças, tanto oportunidades quanto ameaças, e se preparar financeiramente para elas.
Saiba precificar
Todos os conceitos acima devem ser considerados ao precificar os serviços. Se você não souber fazer isso, este é um caminho para levar o escritório à falência. Por outro lado, é um processo delicado e bem difícil, especialmente para os advogados mais jovens. Afinal, cobrar muito barato significa que o negócio não cresce. Já cobrar caro pode assustar os clientes.
Existem diversas formas de precificar o seu serviço de forma adequada, tanto olhando para seu próprio escritório quanto para fora. Avalie o quanto custa para você fazer determinado serviço, e isso inclui o tempo gasto, para ter uma base de cálculo.
Também vale a pena comparar estes valores com o que é praticado no mercado, em geral. Caso haja uma discrepância muito grande, você pode eliminar partes dos gastos. Por isso é tão importante fazer o processo anterior, você sabe quais dos gastos podem ser cortados.
A precificação também é questão de estratégia. Um preço mais barato é uma forma de atrair mais clientes e colocar dinheiro em caixa. Contudo, preço também é uma forma de se posicionar no mercado. Ao cobrar um preço “barato” você se coloca como um escritório de menos prestígio. Pode ser difícil quebrar essa imagem no futuro.
A importância do contador
O contador é um profissional que muitos escritórios dispensam na expectativa de cortar gastos. Portanto, especialmente os escritórios menores, optam por contar com o próprio gestor para fazer estas atividades.
O problema é que isso consome bastante tempo, o que pode inibir o profissional de fazer seu trabalho. Além disso, pode ser que não haja uma afinidade tão grande com os números. Sem falar na malha tributária brasileira, que é uma das mais complexas do mundo. Neste caso, a dificuldade pode ser enorme.
A dica é contar com um profissional especializado nesse serviço, de modo a garantir a eficiência do mesmo e liberar o seu tempo para outras atividades. Atualmente, a contabilidade evoluiu a passos largos e existem escritórios totalmente on-line, por um preço mais em conta, que prestam atendimento por WhatsApp.
Dependendo do tamanho do seu escritório, pode ser uma forma de ter uma ajuda na contabilidade, por uma fração do custo. Existem escritórios especializados em pequenas empresas e até em escritórios de advocacia. Então, é importante pesquisar uma solução para deixar a contabilidade da sua empresa em boas mãos. O risco de não fazer isso é semelhante a um cliente que quer resolver um problema jurídico sem o advogado.
Conclusão
Este guia trouxe para você tudo o que é preciso saber para fazer a gestão de um escritório de advocacia. Abordamos todos os pontos cruciais, como o planejamento, a comunicação e marketing, e os processos financeiros. Seguindo este guia, você tem todos os conhecimentos básicos para gerenciar o seu escritório de advocacia.
E para complementar os conhecimentos deste guia, recomendamos uma ferramenta ideal. O GOJUR é um software focado na gestão de escritórios de advocacia, pensado especificamente neste trabalho e com as funcionalidades ideais.
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